“Dificilmente você vai se sentar no banco de um carro no Brasil hoje em dia que não tenha um tubo da Tuper”, orgulha-se Frank Bollmann, CEO da empresa. Para se tornar a líder em transformação de aço na América Latina, um conceito se replica na sua história de mais de meio século e nos planos futuros: não basta só crescer, tem que evoluir, com a meta sempre arrojada para inspirar as pessoas a criar soluções surpreendentes no mercado.
A organização instalada em São Bento do Sul (SC) e que ultrapassou um faturamento de R$ 3 bilhões durante a pandemia da Covid-19 (sob influência dos preços do mercado siderúrgico na época) tem a intenção de alcançar R$ 2,7 bilhões em 2024, alta de 4% em relação a 2023. O cenário internacional do aço é visto com cautela diante do poderio da China e de medidas protecionistas adotadas pelos EUA.
Mas os planos da Tuper para os próximos cinco anos são ambiciosos, com a expansão em mercados promissores, como o de fotovoltaico, óleo e gás e saneamento, e a consolidação em mercados já maduros na atuação da empresa, como o automotivo e a construção civil. “A empresa não só cresce, ela traz novidades de mercado. Se não tivéssemos olhado para o futuro, não estaríamos fazendo nada hoje”, afirma Frank. “Sempre inovando. Costumo dizer: a empresa que não cresce sucumbe.”
A inovação que permeia a cultura da empresa fundada por descendentes de alemães incluiu o desenvolvimento de seis máquinas projetadas pela equipe da própria Tuper e vistas como uma vantagem competitiva. “É uma marca nossa. Se você compra fora, o produtor da máquina não se coloca no teu lugar”, exalta o CEO. “Hoje os alemães querem comprar nosso know-how, estão insistindo. Quem diria: nós exportando know-how para os alemães?”, afirma Frank, que cita o recorde de produção em março deste ano, quando uma das máquinas produziu 1.500 toneladas em apenas um dia, tubos de aço equivalentesao transporte de 60 carretas.
A busca incessante por novas tecnologias e a valorização na formação de profissionais qualificados ajudama diferenciar a Tuper. A empresa vê como um de seus pilares reunir uma equipe que se soma em suas competências e habilidades e se alia à tradição familiar. Esse conceito ajuda a explicar os saltos da companhia, que começou em 1971 voltada para a fabricação de escapamentos automotivos e se diversificou ao longo das décadas.
de faturamento previsto para 2024
de aço foram transformadas em um só dia por uma única máquina criada pela Tuper
funcionários, divididos em sete unidades industriais e 20 centros de distribuição
A mentalidade arrojada se estende à visão ambiental. A empresa mantém práticas como reaproveitamento da água nos processos produtivos e, desde 2022, é detentora do selo Aterro Zero (por reduzir, reciclar ou reutilizar mais de 90% dos resíduos gerados). “O meu pai costumava dizer: temos que ser amantes da natureza e cuidar do nosso meio ambiente”, conta Frank, sobre a seriedade com que veem esse tema muito antes do surgimento da agenda ESG, voltada para as boas práticas ambientais, sociais e de governança.
Outra marca é a relação com São Bento do Sul, que acolheu muitos imigrantes do norte da Alemanha. “A vocação para o trabalho está presente
desde a fundação do município. Uma espécie de tradição que foi transmitida pelas primeiras famílias que chegaram com o objetivo de construir uma cidade próspera”, diz Frank. “A localização também é um privilégio, já que estamos numa região belíssima próxima de portos e de grandes vias de acesso rodoviário para o escoamento da produção. Há várias empresas fortes sediadas em São Bento do Sul, o que nos dá muito orgulho e coloca a cidade no mapa econômico nacional com uma posição de destaque”, completa.