Em sintonia com empreendedores, Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina diminui devastação da Mata Atlântica e agiliza análise de processos ambientais
Muito além de uma meta, a preservação ambiental virou uma obsessão, tanto no poder público como no mundo dos negócios — notabilizada pela difusão da Agenda ESG (em português, Ambiental, Social e Governança). Conciliar esse propósito com a agilidade na concessão de licenças, destravando investimentos de infraestrutura, pode parecer um impasse. Mas a atuação do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), em sintonia com empreendedores privados, indica que esse beco tem saída.
De um lado, uma redução de 86% do desmatamento, apontada pela pesquisa nacional do Atlas da Mata Atlântica, percentual mais expressivo entre os estados do país. Esse resultado é atribuído à intensificação das fiscalizações e ao investimento em tecnologias de alto padrão com alertas para combater os crimes de devastação ilegal. De outro lado, a diminuição do passivo das licenças ambientais, com um índice de análise superior ao total de entradas – a conclusão equivale a mais de 124% dos processos protocolados no período.
Na visão de Sheila Meirelles, presidente do órgão estadual, há motivo para celebração. “Estamos conseguindo de maneira mais eficaz proteger o meio ambiente e permitir uma qualidade de vida melhor para toda a população. Além de dar a volta por cima para que o licenciamento seja célere e que o empreendedor tenha a resposta mais rápida possível”, afirma ela, que elogia tanto a dedicação dos servidores como a própria melhoria de qualidade do material apresentado pelos empresários. “O empreendedor está realmente mais preocupado, apostando na sustentabilidade e em construções que não têm tanto impacto ambiental”, diz a gestora, citando como exemplo os vencedores do Prêmio Expressão de Ecologia, criado pela Editora Expressão, que exibem com orgulho seus troféus Onda Verde.
Com a missão de implementar políticas públicas para proteger o meio ambiente, assegurar o uso adequado dos recursos naturais, a conservação e a recuperação dos ecossistemas e contribuir para a sustentabilidade e a qualidade ambiental, o IMA administra dez unidades de conservação, totalizando 118 mil hectares de área protegida. Escolhida para comandar o instituto desde janeiro de 2023, além de ter ocupado por cinco meses a posição de secretária do Meio Ambiente e Economia Verde de Santa Catarina no governo Jorginho Mello, Sheila afirma que “a responsabilidade dos técnicos é muito grande, porque um erro na concessão de uma licença pode causar a perda de muitas vidas”.
redução no desmatamento em SC
índice de conclusão de processos ambientais
análises de licenças concluídas
Avançar envolve uma conscientização que, segundo ela, se estende à sociedade como um todo, começando por crianças e adolescentes. “A nossa geração não teve educação ambiental. Crescemos vendo nossos pais jogando papel pela janela do carro, bituca de cigarro em qualquer lugar, prendendo passarinhos em gaiola, não se preocupando onde o esgoto está sendo lançado. Hoje, não!”
Nesse cenário, projetos miram escolas e campanhas voltadas ao público infantil, como a que envolve a balneabilidade das praias. O programa “Penso, logo destino”, presente em 230 municípios, é outro motivo de exaltação, pensando na destinação correta de produtos como lâmpadas, pneus, baterias e vidros. A questão climática também é alvo de preocupação crescente após a tragédia no Rio Grande do Sul, quando as equipes catarinenses mantiveram contato com as gaúchas para apoio e aprendizado.
O IMA mira alterações legais para que possa fazer pesquisas e não esbarrar na burocracia em medidas a favor do meio ambiente. Tudo isso aliado à tecnologia. “Estamos buscando atualizar todos os nossos sistemas para que eles sejam mais simples e intuitivos. A gente tem que se valer das novas tecnologias, da inteligência artificial e do nosso corpo técnico qualificado para conseguir dar resposta no tempo esperado pelo empreendedor.”
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