ENTREVISTA / Daniela Kraemer

EXEMPLO DE LIDERANÇA

EMPÁTICA E SOLIDÁRIA

EXEMPLO DE LIDERANÇA empática e SOLIDÁRIA

Daniela Kraemer Presidente do Instituto General Motorsl, foto por João Alves

Daniela Kraemer é uma personalidade de destaque na General Motors do Brasil. Ocupa o cargo de líder de ESG para a América do Sul e preside o Instituto General Motors, hub de investimento social da empresa. Com trajetória de 15 anos na GM, Daniela começou como gerente de relações governamentais, atuando no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Atualmente, é responsável por todas as estratégias relacionadas às áreas de governança, meio ambiente e social.

Ao longo da carreira, Daniela se especializou em marketing, gestão de marcas e ESG Empresarial, além de possuir uma formação inicial em pedagogia pré-escolar. Influenciada por uma família de comunicadores, optou por complementar sua formação com relações públicas, área em que se destacou ao longo da carreira e que a impulsionou dentro da GM. Em seu papel atual, integra suas formações para liderar projetos educacionais do Instituto General Motors. À frente das ações realizadas pela GM para mitigar os efeitos das enchentes no RS, relata como a empresa atuou de forma alinhada ao pilar do compromisso social.

O sucesso como líder está ligado à capacidade de construir bons relacionamentos e cultivar um networking eficaz, na opinião de Daniela Kraemer. Para ela, liderar é se conectar genuinamente com as pessoas e ter empatia para entender aqueles com quem se relaciona. Em um mundo acelerado, onde todos estão com múltiplos compromissos, ela ressalta o valor de prestar atenção aos detalhes e fortalecer parcerias. Destaca a importância da humildade e da disposição para aprender, junto com a proatividade, como fundamentais para o crescimento profissional.

Daniela carrega em seu legado profissional a influência do pai, o primeiro funcionário da GM no Rio Grande do Sul, que iniciou a carreira na empresa antes mesmo da formalização do CNPJ no estado. Ele era uma figura reconhecida na área de relações governamentais, com profundo conhecimento do setor, especialmente no contexto da primeira operação da GM fora do eixo tradicional de montadoras em São Paulo. Quando ele se preparava para a aposentadoria aos 65 anos, Daniela participou do processo seletivo de uma empresa privada de recursos humanos e foi aprovada, sem saber que era para assumir a vaga do pai. Foi então que, aos 38 anos, ela assumiu o desafio de sucedê-lo, tornando-se a primeira mulher líder na fábrica de Gravataí. Durante sete meses, trabalhou ao lado do pai, absorvendo sua sabedoria e experiência.

Vista aérea da fábrica da GM em Gravataí

TRAGÉDIA NO RS

Como presidente do Instituto GM, Daniela vivenciou diretamente os esforços da entidade para ajudar os mais atingidos pela enchente no RS. A fábrica situada na cidade de Gravataí não foi diretamente invadida pela água, mas os acessos à unidade foram bloqueados, impactando a produção. A situação foi agravada pelo fato de que fornecedores importantes foram severamente atingidos, dificultando o processo logístico e de abastecimento. Além disso, 124 funcionários da GM tiveram suas casas completamente destruídas.

Desde o início da crise, a empresa ofereceu apoio contínuo, concedendo um aporte financeiro de R$ 15 mil para cada funcionário mais impactado. O Instituto GM rapidamente se mobilizou para oferecer ajuda adicional. Uma central de doações foi criada, reunindo mais de R$ 1 milhão em contribuições, além de roupas, produtos de higiene e equipamentos de limpeza.

Mais de 300 voluntários trabalharam na limpeza e recuperação das áreas afetadas, reafirmando o compromisso da GM com sua comunidade e colaboradores. “O desafio agora é a retomada, pois o estado precisa muito de ajuda. Por isso, o Instituto GM vem estudando e buscando analisar projetos de reconstrução. Estamos muito focados na educação, porque várias escolas foram destruídas”, diz Daniela. 

Ainda entre as ações para enfrentamento das consequências da enchente, a GM empresou veículos ao governo do estado e à Cruz Vermelha, para auxiliar no resgate e apoio aos desabrigados. A área ambiental da GM encontrou formas inovadoras de reutilizar resíduos, como pallets de madeira. Em parceria com o presídio de Canoas, esses materiais foram transformados em prateleiras e casinhas para cães, proporcionando abrigo a milhares de animais que ficaram sem lar.

Vista aérea da fábrica da GM em Gravataí

PROTEÇÃO AMBIENTAL

Outro pilar fundamental do Instituto GM é a proteção climática, com foco em apoiar projetos de organizações especializadas na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e na promoção da descarbonização. Aliado a isso e tendo a GM como uma das vencedoras da 30ª edição do Prêmio Expressão de Ecologia, Daniela ressalta que iniciativas como a da premiação são um estímulo para as empresas entenderem que estão no caminho certo.

“Serve como exemplo para outras empresas sobre como é importante estar mobilizado. A empresa tem suas obrigações legais e de compliance, mas também pode maximizar o seu impacto positivo na comunidade. É uma questão de escolha.”

Vista aérea da fábrica da GM em Gravataí