O planeta Terra vive um momento decisivo na sua história, tendo que enfrentar três grandes crises, a escassez e a perda da qualidade da água, a perda da biodiversidade e a mais grave de todas, a crise climática. O mês de junho de 2024 foi o mais quente da história. Na verdade, foi o 13º mês consecutivo com taxas recordes, de acordo com os dados do Copernicus. Esses recordes já significam um aumento de praticamente 10% na temperatura média global. Além disso, o número de dias que ultrapassou o índice de 1,5 ºC, que é a meta do Acordo de Paris que não deveríamos ultrapassar, já atingiu um novo máximo. Para piorar, pela primeira vez o mundo registrou um dia com a temperatura média global 2 ºC acima da era pré-industrial.
Ou seja, nós já estamos vivenciando um novo padrão climático, e a Terra está tendo que lidar com as consequências de um aquecimento global que faz com que os eventos climáticos extremos se tornem cada vez mais frequentes e mais extremos. Existem regiões do planeta que são mais vulneráveis a esses eventos, como o que vimos acontecer no Rio Grande do Sul. Toda a região Sul, na verdade, está sob influência dos contrastes entre as ondas de calor que vêm do centro do Brasil e o ar frio que vem da Antártica. Já na região do Pantanal, onde normalmente é mais quente, os extremos significam secas mais intensas e prolongadas, o que favorece a questão dos incêndios. E quanto mais secas e incêndios acontecem, mais o ambiente é impactado, perdendo a capacidade de resiliência, de se recuperar, e mais ele fica vulnerável a novos eventos climáticos extremos.
Quando temos um clima equilibrado, podem ocorrer fenômenos extremos, mas nada parecido com o que temos visto, que é algo sem precedentes na história – e, pior, não sabemos o que ainda pode vir por aí. Mas, afinal, o que isso tem a ver com o Prêmio Expressão de Ecologia?
O Prêmio Expressão é uma das premiações mais longevas do país. Recebeu aproximadamente 3,5 mil cases inscritos, tendo premiado quase 500 iniciativas da sociedade civil, do setor público e privado da região Sul do Brasil, e, mais recentemente, do estado de São Paulo. Sou testemunha do que esse prêmio já fez de mudança na sociedade. Mais do que premiações, o conjunto de cases do Prêmio Expressão significa uma verdadeira plataforma de projetos, soluções e parcerias que podem servir de exemplo para essa grande ação de combate, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, que precisam ser implementadas imediatamente, numa escala muito mais ampla do que temos visto até aqui.
Como uma das personalidades ambientais da galeria do Troféu Onda Verde, me sinto na responsabilidade de conclamar as pessoas a juntar todas essas ondas verdes de projetos e transformá-los em um tsunâmi em favor do desenvolvimento de paisagens sustentáveis e pela manutenção da vida de todas as espécies.
